sexta-feira, 17 de dezembro de 2010
OUTRA VEZ
Hoje vi o cartaz do show que Roberto Carlos vai fazer, ao vivo, na noite de Natal, na praia, em frente ao Copacabana Palace. Na hora me lembrei da minha mãe, que vai assistir a esse show.
A Lota sempre adorou o Roberto e seus programas anuais eram esperados ansiosamente, desde que eu era pequena. Mais velha, já morando sozinha, existia uma espécie de ritual: depois que o Roberto cantava Outra vez, eu ligava para ela, perguntando se estava tudo bem, pois essa música a fazia cair em prantos. E ela respondia, com voz chorosa, que sim, estava tudo bem.
Na cerimônia de sua cremação, enquanto o caixão seguia lentamente numa esteira até desaparecer atrás de uma portinhola, tocava uma música que só agora descobri ser do Moacyr Franco, Eu nunca mais vou te esquecer. E eu, para não deixar aquela melodia cafona me contaminar com mais tristeza ainda, cantava bem baixinho Outra vez em sua homenagem. Eu sabia que um dia ficaria tudo bem.
As cinzas dela foram espalhadas em frente ao Copacabana Palace. Quando vi o cartaz do show do Natal, soube que a mamãe vai assistir de camarote e vai se divertir muito. Ela está muito bem.
sexta-feira, 26 de novembro de 2010
TÁ TODO VACINADO!
Bart relaxando depois de tomar vacina contra raiva e uma outra, a múltipla. Com direito a pirulito! Sofrimento, só ano que vem. Isso é que é vida, o resto é ser carioca :P
segunda-feira, 1 de novembro de 2010
I DON'T LIKE MONDAYS EITHER
Tony Bellotto escreveu uma preciosidade na coluna que mantém na Veja on line, chamada I don’t like mondays. Reproduzo-a abaixo:
Na manhã de uma segunda-feira de janeiro de 1979 a estudante norte-americana Brenda Ann Spencer, de 16 anos, abriu a janela de seu quarto em San Diego, Califórnia, pegou o rifle que havia ganhado de presente de Natal do pai, e começou a disparar aleatoriamente na direção de uma escola primária do outro lado da rua. Naquela hora da manhã a maioria dos alunos da escola aguardava na calçada a abertura dos portões. Ao final do tiroteio o diretor da escola e um inspetor estavam mortos, e oito crianças e um policial feridos. Depois de presa, durante o interrogatório, Brenda justificou sua atitude dizendo: “Eu só atirei por diversão. Eu não gosto de segundas-feiras”.
Esse crime horroroso inspirou os músicos da banda irlandesa The Boomtown Rats a compor seu maior hit, I Don’t Like Mondays. Bob Geldof, vocalista da banda, ficou mundialmente conhecido tempos depois por organizar concertos beneficentes como Band Aid, Live Aid e Hands Across America. Brenda Ann Spencer, nitidamente desequilibrada emocionalmente – e alegadamente sob efeito de álcool e drogas -, foi condenada a 25 anos de prisão pelo crime.
O que transformou I Don’t Like Mondays num hit, independente do crime terrível a que se refere, e sem desmerecer o talento dos músicos do Boomtown Rats, foi a identificação que todos sentimos pela frase “Eu não gosto de segundas-feiras”. É claro que esse desgosto não justifica que saiamos disparando tiros pela janela, mas qual de nós já não se sentiu o mais miserável dos seres numa segunda-feira de manhã? Pois é como me sinto hoje, primeiro de novembro de 2010, segunda-feira, ao despertar.
Você pode argumentar que sendo músico – e trabalhando em geral nos fins de semana – eu deveria adorar as segundas-feiras, pois elas são os meus sábados. Ok, mas o fato de Dilma Roussef ter ganho a eleição me deixou na maior ressaca. Você pode insistir, dizendo que Dilma é a primeira mulher presidente do Brasil, ou que nossa economia vai de vento em popa, e que nossos pobres já não são mais tão pobres. Ok, mas continuo ressacado mesmo assim. Eu não gosto de segundas-feiras.
Na manhã de uma segunda-feira de janeiro de 1979 a estudante norte-americana Brenda Ann Spencer, de 16 anos, abriu a janela de seu quarto em San Diego, Califórnia, pegou o rifle que havia ganhado de presente de Natal do pai, e começou a disparar aleatoriamente na direção de uma escola primária do outro lado da rua. Naquela hora da manhã a maioria dos alunos da escola aguardava na calçada a abertura dos portões. Ao final do tiroteio o diretor da escola e um inspetor estavam mortos, e oito crianças e um policial feridos. Depois de presa, durante o interrogatório, Brenda justificou sua atitude dizendo: “Eu só atirei por diversão. Eu não gosto de segundas-feiras”.
Esse crime horroroso inspirou os músicos da banda irlandesa The Boomtown Rats a compor seu maior hit, I Don’t Like Mondays. Bob Geldof, vocalista da banda, ficou mundialmente conhecido tempos depois por organizar concertos beneficentes como Band Aid, Live Aid e Hands Across America. Brenda Ann Spencer, nitidamente desequilibrada emocionalmente – e alegadamente sob efeito de álcool e drogas -, foi condenada a 25 anos de prisão pelo crime.
O que transformou I Don’t Like Mondays num hit, independente do crime terrível a que se refere, e sem desmerecer o talento dos músicos do Boomtown Rats, foi a identificação que todos sentimos pela frase “Eu não gosto de segundas-feiras”. É claro que esse desgosto não justifica que saiamos disparando tiros pela janela, mas qual de nós já não se sentiu o mais miserável dos seres numa segunda-feira de manhã? Pois é como me sinto hoje, primeiro de novembro de 2010, segunda-feira, ao despertar.
Você pode argumentar que sendo músico – e trabalhando em geral nos fins de semana – eu deveria adorar as segundas-feiras, pois elas são os meus sábados. Ok, mas o fato de Dilma Roussef ter ganho a eleição me deixou na maior ressaca. Você pode insistir, dizendo que Dilma é a primeira mulher presidente do Brasil, ou que nossa economia vai de vento em popa, e que nossos pobres já não são mais tão pobres. Ok, mas continuo ressacado mesmo assim. Eu não gosto de segundas-feiras.
sexta-feira, 24 de setembro de 2010
GRAZI E GANDHI
Você já viu um cachorro afegão? Um deles está aí acima, o Gandhi, pastor alemão adotado no Afeganistão pela Grazi, uma das amigas mais queridas, mas com quem, infelizmente, convivo muito pouco. Grazi vive no Iraque, onde trabalha para a Cruz Vermelha Internacional com prisioneiros de guerra. Ela passou o mês em Brasília, com a família, e matando as saudades de Gandhi, que ano passado acabou sendo "deportado" para o Brasil quando ela soube que seria transferida para o Iraque. O país é perigoso, violento e insalubre demais até para criar um cachorro.
Conheci a Grazi há 15 anos, quando trabalhamos juntas na Human Rights Watch no Rio. Ficamos amigas de infância em menos de uma semana, enquanto nosso chefe gringo pegava o ritmo brasileiro com a reforminha do escritório no centro da cidade e nos enlouquecia. Morro de saudades daquela época, de sairmos juntas para jantar no Azumi e depois voltarmos meio bebadinhas pela Prado Jr até conseguir um táxi, de ir ao cinema, das azarações no Empório e Caroline Café, ambas solteiras. Hoje Grazi é casada com o Lucca, um médico italiano que parece saído dos filmes do Antonioni, lindo.
Minha primeira vez nos Estados Unidos foi a trabalho. A Grazi vivia na Guatemala e foi me encontrar em Washington, depois fomos juntas para Nova York. Lá, museus, filmes, sushis, azarações e compras, muitas compras. Algumas na Gap que ficava no subsolo do World Trade Center, que seis anos depois seria destruido justamente pelos grupos com quem, hoje, a Grazi é obrigada a conviver bem de perto, negociando um tratamento humanitário. Ironia do destino, sabe-se lá.
O fato é que eu sinto saudades dela, dos papos inteligentes e dos casos engraçadíssimos que ela tem a contar. Num mundo tão conectado, com tanta tecnologia, é triste ter alguém tão querido num lugar que parece encravado em plena idade das pedras. Torço para que essa missão termine logo.
sábado, 20 de fevereiro de 2010
AWAY WE GO
Sam Mendes é um cineasta bastante interessante. Beleza Americana é uma de suas obras, presença incontestável na minha lista dos 10 melhores filmes da vida. Por isso, sempre que tem algum lançamento dele, eu assisto e geralmente gosto, mesmo que nenhum deles se aproxime da grandeza de American Beauty.
Away We Go foi seu último filme e chegou ao Brasil direto em DVD. Não é nenhuma obra-prima, mas vale a pena dar uma olhada. É um road movie, ao estilo de Estrada para Perdição, também dele, onde aproveita para dissecar aqueles ranços que estão lá atrás, em Beleza Americana. Um casal que está prestes a ter o primeiro filho resolve viajar pelo país, visitando cidades onde vivem parentes ou amigos, para decidirem onde vão se instalar e criar a nova família. Os laços com as pessoas são frustrantes. O casal descobre que ninguém é como parece ou como se lembravam. A memória de momentos de ternura com essas pessoas é quebrada logo de cara e isso é bacana à beça, porque a vida real é um pouco assim: as pessoas são legais num primeiro contato, mas às vezes, na convivência, se tornam chatas, egoístas, mesquinhas, seus pequenos problemas ou manias dominam uma parcela enorme da vida delas e contamina quem está perto. Enfim, quer saber? Estamos todos sós, por conta própria, abandonados à própria sorte - e decisões - e a amizade verdadeira é um lucro enorme. E escrevo isso sem qualquer melancolia ou tristeza. É fato.
Sam Mendes gosta de mostrar a American Way of Life sem o glamour e o charme de cidades símbolos dos Estados Unidos, como Nova York ou San Francisco e Los Angeles, suas lindas locações e programação fantástica. Suas histórias normalmente se passam naqueles lugares desprovidos de encanto, que se resumem a um downtown exatamente igual a qualquer outro e aos subúrbios, com suas casas lindas ou outras nem tanto, mas sempre padronizadas, onde os personagens são normais, ou seja, não fazem nada de interessante na vida, não são intelectuais, não vivem nas altas rodas, não frequentam óperas, não vão a exposições, não têm nada de cativante. São gente comum, que ganham o pão de cada dia com um trabalho medíocre, preocupados com a hipoteca da casa, a faculdade das crianças, o plano de saúde, a aposentadoria. É um mundo de Hommer Simpsons, só que sem graça ou ironia.
A melhor sequência do filme é com Maggie Gyllenhaal como uma hippie do século 21, com suas preocupações existenciais e espirituais para salvar a humanidade, mas totalmente voltada para o próprio umbigo, como costumam ser essas pessoas que se sentem tão especiais e numa harmonia tão grande com o universo: maçantes e pernósticas, absolutamente desinteressantes.
Alguns acharam Away We Go chato, mas ele mostra quão tediosa é a vida dos outros, especialmente no meião do mapa americano. Cabe a cada um de nós fazer nossa vida, no mínimo, um pouco legal.
Away We Go foi seu último filme e chegou ao Brasil direto em DVD. Não é nenhuma obra-prima, mas vale a pena dar uma olhada. É um road movie, ao estilo de Estrada para Perdição, também dele, onde aproveita para dissecar aqueles ranços que estão lá atrás, em Beleza Americana. Um casal que está prestes a ter o primeiro filho resolve viajar pelo país, visitando cidades onde vivem parentes ou amigos, para decidirem onde vão se instalar e criar a nova família. Os laços com as pessoas são frustrantes. O casal descobre que ninguém é como parece ou como se lembravam. A memória de momentos de ternura com essas pessoas é quebrada logo de cara e isso é bacana à beça, porque a vida real é um pouco assim: as pessoas são legais num primeiro contato, mas às vezes, na convivência, se tornam chatas, egoístas, mesquinhas, seus pequenos problemas ou manias dominam uma parcela enorme da vida delas e contamina quem está perto. Enfim, quer saber? Estamos todos sós, por conta própria, abandonados à própria sorte - e decisões - e a amizade verdadeira é um lucro enorme. E escrevo isso sem qualquer melancolia ou tristeza. É fato.
Sam Mendes gosta de mostrar a American Way of Life sem o glamour e o charme de cidades símbolos dos Estados Unidos, como Nova York ou San Francisco e Los Angeles, suas lindas locações e programação fantástica. Suas histórias normalmente se passam naqueles lugares desprovidos de encanto, que se resumem a um downtown exatamente igual a qualquer outro e aos subúrbios, com suas casas lindas ou outras nem tanto, mas sempre padronizadas, onde os personagens são normais, ou seja, não fazem nada de interessante na vida, não são intelectuais, não vivem nas altas rodas, não frequentam óperas, não vão a exposições, não têm nada de cativante. São gente comum, que ganham o pão de cada dia com um trabalho medíocre, preocupados com a hipoteca da casa, a faculdade das crianças, o plano de saúde, a aposentadoria. É um mundo de Hommer Simpsons, só que sem graça ou ironia.
A melhor sequência do filme é com Maggie Gyllenhaal como uma hippie do século 21, com suas preocupações existenciais e espirituais para salvar a humanidade, mas totalmente voltada para o próprio umbigo, como costumam ser essas pessoas que se sentem tão especiais e numa harmonia tão grande com o universo: maçantes e pernósticas, absolutamente desinteressantes.
Alguns acharam Away We Go chato, mas ele mostra quão tediosa é a vida dos outros, especialmente no meião do mapa americano. Cabe a cada um de nós fazer nossa vida, no mínimo, um pouco legal.
terça-feira, 16 de fevereiro de 2010
JÚLIA E O POEMA ENJOADINHO
Essa é a Júlia, que nasceu sábado, dia 13. A gente brincava que neta da Leila nasceria com escova progressiva e lacinhos, mas ela veio ao mundo carequinha, a cara do Fábio e o nariz da Tatianna. Tudo de bom pra ela, que seja muito feliz e traga muitas alegrias aos pais, avós e a mim, tiavó, por que não?
Como eu não tenho filhos, não sei como são. Por isso, pensei em Vinícius e no seus versos sobre os rebentos, publicados em 1960, que vão abaixo:
Poema Enjoadinho
Vinícius de Moraes
Filhos... Filhos?
Melhor não tê-los!
Mas se não os temos
Como sabê-lo?
Se não os temos
Que de consulta
Quanto silêncio
Como os queremos!
Banho de mar
Diz que é um porrete...
Cônjuge voa
Transpõe o espaço
Engole água
Fica salgada
Se iodifica
Depois, que boa
Que morenaço
Que a esposa fica!
Resultado: filho.
E então começa
A aporrinhação:
Cocô está branco
Cocô está preto
Bebe amoníaco
Comeu botão.
Filhos? Filhos
Melhor não tê-los
Noites de insônia
Cãs prematuras
Prantos convulsos
Meu Deus, salvai-o!
Filhos são o demo
Melhor não tê-los...
Mas se não os temos
Como sabê-los?
Como saber
Que macieza
Nos seus cabelos
Que cheiro morno
Na sua carne
Que gosto doce
Na sua boca!
Chupam gilete
Bebem shampoo
Ateiam fogo
No quarteirão
Porém, que coisa
Que coisa louca
Que coisa linda
Que os filhos são!
sábado, 30 de janeiro de 2010
ONDE VIVEM OS MONSTROS
Onde vivem os monstros? Fiquei pensando em como responder a essa pergunta depois de assistir ao filme Onde Vivem os Monstros, de Spike Jonze, o diretor meio maluquinho de Adaptação e Quero ser John Malkovich.
Trata-se de uma história baseada em livro infantil, adaptada para as telas visando o público adulto, já que seus diálogos são bastante profundos e meio introspectivos demais para as crianças, mas com censura para maiores de 10 anos. Quando as luzes se acenderam, ouvi alguns meninos e meninas dizerem que não entenderam nada...
O filme conta a história de um menino criativo, Max, que com ciúmes de um namorado da mãe, tem uma crise de má-criação e, para evitar o castigo, foge de casa. Na fuga, descobre um mundo perdido, onde os monstros vivem.
São vários os monstros nessa terra desconhecida, todos bem feitos por computação gráfica e muito expressivos, mas Carol é o melhor deles, e não por acaso é com ele que Max mais se identifica. Dublado por James Gandolfini, o eterno e querido Tony Soprano, Carol, assim como Max, também se acha o centro do universo e traz a mesma impetuosidade dele. Um seria complemento do outro, sua forma de extravasar os pequenos monstros e superar as intempéries do dia-a-dia. Os demais monstros ganharam personalidades marcantes: tem o medroso-carente, a maternal, a agressiva, o melancólico, o solícito e por aí vai.
Em algum momento, Max usando uma coroa de rei e segurando um cetro me lembrou O Pequeno Príncipe. De alguma forma, Max também se tornou responsável por aqueles monstros que cativou. Ou cultivou, sabe-se lá.
Fiquei pensando na forma como, de vez em quando, soltamos os monstros que habitam essas terras menos desconhecidas e bem escondidas dentro de nós mesmos. De vez em quando eu encontro com alguns deles passeando por aí, cruzando meus caminhos, mal os cumprimento com medo de que dominem meu mundo quase perfeito cá fora.
E aí? Onde vivem os seus monstros?
quinta-feira, 21 de janeiro de 2010
MACONDO
Outro dia, fui à minha antiga faculdade. Entrar no prédio da Eco, a Escola de Comunicação da UFRJ, na Praia Vermelha, parece uma viagem sentimental. O piso de tábua corrida continua a ranger como fazia há duas décadas, quando estudei ali e, desconfio, como rilhava desde sua inauguração, no século XIX, como hospício.
Mudança, se houve, foi na área de secretaria, que ganhou algumas divisórias e uma refrigeração mais caprichada. As salas de aula permanecem iguais, as mesmas cadeiras duras com um braço, quadro negro e giz. Não verifiquei os banheiros, mas houve época em que não tinham nem água nem papel.
Aproveitei e passeei no campus. Alguns prédios novos foram erguidos, com vidro fumê e ar condicionado, mas os antigos, tombados, estão firmes e fortes, porém muito pouco conservados, como é característico com o patrimônio histórico aqui no Brasil. A piscina continua vazia e encardida, muito encardida.
Os gatos, que já eram muitos, se multiplicaram. Mas gato é bom, onde há gatos não há ratos, pelo menos não esses que rastejam, roem e entram em buracos mínimos. Com certeza, os ratos de outras espécies bem mais humanas sempre existiram e deverão existir eternamente. Ali,em Brasília e em todo lugar desse muy corrupto país.
O campus é bem arborizado, mas os frutos das árvores se derramam no chão com um odor peculiar de fruta-pão. Sempre foi assim.
No trecho final do campus, que faz fronteira com a rua Lauro Muller, fica o sujinho, bar cujo nome sintetiza seu espírito. As paredes são cobertas com pôsters de bandas e peças teatrais; as mesas, repletas de garrafas de cerveja. Um cheiro de bife e ovo frito no ar. No som, tocava Lulu Santos, com seu sucesso dos anos 80, Garota eu vou pra Califórnia...
O calor terrível desse dia abafado, a música e o perfume típico daquele campus me fizeram lembrar de Macondo, a cidade fictícia de Cem Anos de Solidão, onde sete gerações de uma família vivem uma saga, mas muito pouco muda a história.
A Eco é minha Macondo, um pequeno mundo que muito poucas voltas dá.
Assinar:
Postagens (Atom)