segunda-feira, 15 de junho de 2015

OSLO

Existência, vida, trabalho, família, amor, sexo, fraternidade, alegria, juventude, velhice, morte. Esses são alguns dos temas das 212 esculturas de bronze e granito da autoria do artista norueguês Gustav Vigeland, expostas no Parque Vigeland, em Oslo, a linda capital da Noruega.

Paz, contemplação e tranquilidade era o que tínhamos naqueles dias passados em Oslo, há um ano, e que eu repetiria, hoje, agora, se pudesse.
Entrada do parque Vigeland
Entrada do parque Vigeland
O parque fica a uns três quilômetros do centro da cidade, a partir do Palácio Real, e tem 32 mil metros quadrados, com jardins muito bem cuidados, fontes de água potável e, no verão, muitas flores que dão uma cor toda especial ao local.

Esculturas no parque VIgeland
Esculturas no parque VIgeland
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Na Escandinávia, optamos por fazer como os nativos: ir a todos os lugares de bicicleta, e em Oslo não foi diferente. Motoristas e pedestres respeitam as leis de trânsito, de forma que pedalar “em norueguês” é muito simples. Há empresas que alugam bicicletas e fazem bike tours, o que é muito bacana, pois criam uma chance de se ver um outro lado da cidade e ter informações que vão além das apresentadas pelos guias tradicionais de turismo.

Com uma população de cerca de dois milhões de habitantes, Oslo é considerada a cidade com melhor qualidade de vida, e a Noruega lidera o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH). A renda média é de 48.688 dólares, a expectativa de vida, de 81 anos, e os noruegueses têm mais de 12 anos de escolaridade.

Sentimos esse alto padrão de qualidade de vida e de educação assim que chegamos. Aeroporto bem sinalizado, espaçoso, limpo, bonito e eficiente – as malas chegam às esteiras praticamente ao mesmo tempo em que desembarcamos do avião e percorremos o caminho até o saguão. Toda a sinalização está disponível em inglês, e há um estande próximo da saída onde funcionários auxiliam a encontrar hotéis, meios de transporte e dão outras informações úteis aos viajantes. Transporte público, como ônibus e metrô, são eficazes e pontuais, além do trem que liga o aeroporto ao centro e a outras regiões do país. A cidade é limpa, as ruas, iluminadas e a sensação de segurança é alta.

Uma região interessante é a de Aker Bridge, um antigo píer que foi remodelado a partir da década de 1980 e, em 1998, ganhou shopping center, cinema, escritórios e edifícios residenciais, além do Museu de Arte Moderna Astrup Fearnley, um prédio de vidro e metal de frente para os fiordes. Segundo o guia do bike tour que fizemos, um polonês que vive na cidade há anos, “se você tiver uma carteira gorda, pode comprar um apartamento de 40 metros quadrados pela bagatela de 2,5 milhões de dólares naquela região”.
Museu de Arte Moderna Astrup Fearnley
Museu de Arte Moderna Astrup Fearnley
Entrada de edifício em Aker Bridge
Entrada de edifício em Aker Bridge
Um pouco mais adiante, ainda pela orla, em frente ao City Hall – a sede da prefeitura, onde é feita a entrega dos prêmios Nobel – ficam as empresas que fazem passeios aos fiordes e às regiões próximas, e ferry boats para a península de Bygdøy, onde ficam alguns museus, como o Viking.

O Museu Munch é uma parada obrigatória, no bairro de Tøyen, e além da obra do principal artista norueguês, o expressionista Edvard Munch, mostra sua trajetória, seus estudos e pesquisas na área de ciências e medicina, uma de suas obsessões.

Passeava com dois amigos ao pôr-do-sol – o céu ficou de súbito vermelho-sangue – eu    parei, exausto, e inclinei-me sobre a mureta– havia sangue e línguas de fogo sobre o azul escuro do fjord e sobre a cidade – os meus amigos continuaram, mas eu fiquei ali a tremer de ansiedade – e senti o grito infinito da Natureza.

Munch escreveu em seu diário esse momento, considerado a base para a série de quatro pinturas, intituladas Desespero, feitas entre 1893 e 1910, e que, depois de sua morte, ficaram conhecidos como O Grito. Ele fez quatro versões para ir substituindo as originais à medida que elas eram vendidas. Duas podem ser vistas no Museu Munch, onde também estão expostos esboços anteriores à obra. A primeira versão, de 1893, está na Galeria Nacional de Oslo e o quarto foi arrematado por colecionador particular num leilão.

Não houve nenhum desespero nosso ao passear pelo pier, vendo ao longe o fiorde. O céu estava azul claro e o sol começava a morrer, às 23:30. Às 3 da madrugada, um lusco fusco iluminava a noite de verão em Oslo. No verão, não anoitece nunca.
Anoitecer, por volta de 23:30.
Anoitecer, por volta de 23:30.

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