2015 foi um ano
difícil. Falo de uma perspectiva totalmente pessoal.
Foi o ano de
botar o ponto final no casamento, que durou dezoito anos, talvez mais do que
deveria. Quando vem a palavra, a separação já chegou há tempos. Foi o ano de
ter o coração partido, o ano da perda de confiança, e de aprender que as
histórias de amor nascem fadadas ao fim. Algumas, nem todas. Foi o ano em que
me descobri sendo otimista apesar da tempestade.
Ainda bem que
para tudo na vida há outro lado, outros lados, e 2015 foi um ano muito bom.
Foi o ano em que
me aproximei mais dos meus irmãos e que percebi que posso contar com colo
quando preciso, que posso cair que eles vão me ajudar a levantar.
Foi o ano de
encontrar novos amigos, descobrir afinidades e cumplicidade, formar grupo de
literatura, ter uma agente literária que
é simplesmente o máximo, conhecer a generosidade de alguns escritores, lançar
meu primeiro livro. Foi o ano em que eu terminei um romance, acreditei que sou
escritora e levo a sério a profissão.
Foi o ano de confirmar
que eu sou uma felizarda por ter um trabalho que gosto, momentos que vibro, dividir o trunfos e perrengues com uma equipe
da qual eu me orgulho de fazer parte, e com a qual quero viver outras aventuras
e conquistar o que alguns acham que é utopia.
Foi o ano de confirmar
velhas amizades, reencontrar pessoas que me fazem transbordar de tanto afeto e
carinho, redescobrir como é bom bater um bom papo despretensioso, dar boas
gargalhadas, estar junto.
Foi o ano de ter
o reencontro com quem eu fui um dia e perceber
como eu gosto de ser essa pessoa, mais leve, menos assustada, encarando os
medos, hoje achando que sabe bem mais do que já soube um dia, mas que tem muito
o que aprender ainda.
Foi o ano de me
olhar no espelho e encontrar mais algumas rugas, uma bolsa embaixo dos olhos e
muitos cabelos brancos. De aprender a
lidar com a raiva e a ansiedade, e de correr para segurar o onda. Mas foi o ano
de não sentir nenhuma saudade da insegurança lá de trás, e de ter orgulho da
trajetória até aqui.
E termino o ano
em Atlanta, confirmando que certos amigos são mais que amigos, são irmãos, que
me acolhem e me dão mais que a mão para que eu siga adiante.
Sou grata por
tudo e a todos, e desejo todo o afeto do mundo para esse pessoal que fez de 2015
meu ano inesquecível. E que venha 2016, porque força a gente tira de algum
lugar.